Filha da puta, meu amigo, é a solidão
De garras sorrateiras te arrasta ao chão
Doente, vegetal, moribundo
Expõe-te uniformes pensamentos de exclusão
e consome-te osso, fosso profundo
Vício traiçoeiro do eu em mim
Daquele passado que deixei de dividir
consumido sem obras todo o jasmim
dos dias moços, mudos, sem medir
O vinho translúcido na noite alcoólica
O pé já solto pisa alto
leve mente sonha a alma em química
e rondas da morte queimam o asfalto
O sono arde, incauto, a aurora.
A luz envoca a verdade medida
e esperando o quinto da hora
enrola o fio no pescoço da vida
É noite... e a vida não vem...
É dia... e a vida não vai...
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