Vejo o tempo passar
Mas... aonde ele vai?
As plantações de trigo estão crescendo
Em fluxos periódicos de uma beleza sublime
A beleza além da beleza imaginável
O significado profundo maior que o próprio significado
Puro existir da divina fonte
Efêmera e constante na inconstância do mundo
Nascer, crescer e morrer ... repetidamente
Como deixar cair a maçã da árvore ao solo
E não ter tempo de segurá-la
Feito de inicio, meio e fim
Mas... e quando?
Sofro de amores profundos
De não ter cometido o crime de romper com o silêncio
Arrancar amarras e conceitos imputados
Existir com luz própria
Um tempo novo que se concebeu
E inventou um novo homem
O homem que chora, sente as lágrimas
E não as esconde
Nada de máscaras ou dissimulações
As linhas e as imagens refletidas no rosto
Povoa o infinito e seus labirintos
O tempo passa e nada fica
O começo principia o fim
Posso estar morrendo mas
Sempre é tempo de rosas cálidas
Com cores mais brilhantes e olhos desimpedidos
Vamos para a morte como se fosse um novo encontro
Uma pincelada inédita de Dali
Decifrando os áugures e revessos do nosso ser
Na monstruosa indiferença mecânica do tempo
Esse Divino Relojoeiro do Universo
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