Aniversário da Vó Déia - 82 anos

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sábado, 17 de dezembro de 2011

As portas que se fecham (Bissol)

Quando a porta fechou e você se foi,
                                 senti que a partir daquele momento
                                 era somente eu
Depois de todo amor vem sempre a solidão
Não conseguimos mais nos entendermos
Havia um abismo entre nossos pensamentos
E as palavras não mais saiam
O brilho nos olhos há muito se dissipara
Eu sabia que sentiria saudades suas,
                                no entanto fui incapaz de expressar
                                meus sentimentos

Como farei amanhã?
Haverá força em meu corpo?
Conseguirei levantar-me desse desconsolo?

Depois da solidão é a morte ou outro amor
Um amor próprio talvez, singelo e respeitável
Preparando-nos melhor para o árduo e
                                 esperançoso amor ao próximo

Shopenhauer dizia que depois do amor e
                                 das mulheres vem a morte
Mas eu acredito que para uma alma elevada,
                                  que está sempre buscando a si mesmo,
                                  depois do amor e das mulheres vem
                                  sempre a vida
Entenderemos os signos, as estações,
                                  o trepidar das águas, o silêncio
                                  nos olhos
As nuvens, e o sol da solidão
As cidades e suas melancolias
Os pobres desesperados
A valentia dos sorrisos
O coração na boca, sem o medo credito
                                  de esconder os sentimentos

E depois de tudo, é olhar para cima
E sentir-se feliz com o próprio respirar