O grande drama é que as pessoas tentam
desesperadamente
escapar dos seus próprios muros
O muro das lamentações
O muro dos preconceitos
desesperadamente
escapar dos seus próprios muros
O muro das lamentações
O muro dos preconceitos
O muro da intolerância
São pedras penitentes encarcerando os olhos
Curtas são as mãos para alcançar
os frutos maduros que vão caindo pelo chão
São pedras penitentes encarcerando os olhos
Curtas são as mãos para alcançar
os frutos maduros que vão caindo pelo chão
Moscou e Berlim caíram
O sistema neoliberal de Wall Street derreteu-se
Outras fronteiras se ergueram
A face da justiça é severa e muda
aos que não trazem a chave em seu dorso
Pessoas vão tombando pelo caminho, aquém ao dia,
pois negra é a tarde e erma é a noite
A morte vem vagarosamente
aos homens e mulheres que não têm seus nomes
gravados no panteão dos afortunados
Ó cruel ironia do destino!
Assim caminha a humanidade
Os verdadeiros muros são:
A falta de opção
A falta de empatia
A falta de acessibilidade
A falta de compaixão
A falta de reciprocidade
Tudo é mercado, tudo é dinheiro
Somente as coisas tem alma
e não se desperdiçam paixões
Os muros e os vidros afastam as bocas famintas
demolindo corpos e mentes
na soprada ruidosa dos ventos
As pedras sozinhas não choram
Brutal e despudorado egoísmo econômico
Verme roedor do íntimo espírito humano
materializado na empulhação incoercível
A globalização é uma ejaculação precoce
Protegendo os altos salários das civilizações douradas
Exaurindo o planeta, queimando a vida,
erguendo sempre novos muros aos muros dantes transpostos
(Por Marcelo Augusto Bissoli)
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